Allann CB 17092013O Correio Braziliense, de hoje, publicou reportagem sobre o início da gestão do presidente da FBDF, Allann Andrade, à frente da Entidade. Leia a seguir:

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 FEDERAÇÃO JUNTA OS CACOS

Cinco meses depois da posse, presidente da entidade local ainda lida com escassez de recursos e problemas de documentação, mas retoma torneios juvenis e prepara o início do campeonato feminino

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VÍTOR DE MORAES

Publicação: 17/09/2013

 

Quem vê Allann Andrade sentado tranquilo em casa, degustando um suco de laranja, não tem como imaginar o problema nas mãos do dirigente. Eleito presidente da Federação de Basquete do DF (FBDF), em março, Allann convive com as dificuldades de um início de gestão. Enfrenta dívidas e desaparecimento de documentos. Passados cinco meses da posse, o dirigente, também jogador, busca uma solução para a ação por improbidade enfrentada pelo órgão, resgata os campeonatos de base e recebe a confiança de quem ainda acredita no basquete brasiliense.

Ao assumir entidade, em 2010, Milton Setrini Júnior deparou-se com a escassez. A FBDF não tinha sede, telefone, recursos. Foram dois anos de estagnação. Os campeonatos de base entraram em hiato. Dois anos depois, Carioquinha, como é conhecido, chegou ao fim do mandato da maneira como o iniciou. A federação continuava impedida de receber recursos públicos, sem endereço e sem prestígio. Em março, o basquete brasiliense apostou em Allann Andrade, um dos fundadores da Brasília Basquete (Braba), liga independente criada justamente devido à inércia da FBDF. A chapa de Allann foi a única inscrita.

Mesmo com um dos melhores times de basquete do Brasil, o UniCeub/BRB, a capital federal pouco tinha a oferecer aos praticantes da modalidade. Falou-se sobre a “última aposta” após a eleição de Allann. Dias depois, a FBDF tinha uma sede. Hoje, ela ocupa uma sala no clube da Asceb (904 Sul), a poucos metros da quadra onde o UniCeub/BRB manda jogos pelo Novo Basquete Brasil (NBB). O site foi reformulado. Por meio de doações, mesas e computadores equiparam a federação. “Eu não pensava em assumir a FBDF. Queria apenas desenvolver o basquete. Criamos a Braba, ela bombou, e vi que poderia fazer o mesmo na federação”, argumenta Allann.

O dirigente diz tentar incrementar seus projetos. Para isso, a federação conversou com possíveis patrocinadores, mas a ação do Ministério Público ainda impede a entidade de receber recursos do governo. Um advogado tenta desatar os braços da FBDF. Ao mesmo tempo, Allann promoveu a volta dos campeonatos sub-14, sub-15, sub-16, sub-17, sub-19 e do feminino adulto, que começam no fim do mês.

“Com o retorno de uma federação ativa, temos de aproveitar. Vamos botar todo mundo para jogar”, comemora Paulo Affonso, coordenador de basquete do Vizinhança. Assim como ocorre entre a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) e a Liga Nacional de Basquete (LNB), a FBDF chancela a Braba, que deve continuar à frente do campeonato brasiliense masculino.

A chegada do jogador da Iesplan ao comando da FBDF tem recebido apoio da comunidade do basquete. “É sangue novo, o Allann conta com uma boa equipe de trabalho, e eles têm tudo para crescer”, avalia Ricardo Oliveira, dono da escolinha Lance Livre. Allann terá um mandato de dois anos.

Dinheiro público

Em 2012, o Ministério Público Federal ajuizou ação contra a Federação de Basquete do DF (FBDF) por improbidade administrativa. O órgão cobra cerca de R$ 1 milhão, referentes ao Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. Ex-presidente da FBDF, Fernando Mello é acusado de não prestar contas das verbas transferidas nos anos 2006 e 2007. Embora esteja impedida de obter recursos públicos, a federação local recebe R$ 6 mil da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) a cada quatro meses.

 

R$ 6 mil

Valor que a federação local recebe da CBB a cada quatro meses 

 

“Com o retorno de uma federação ativa, temos de aproveitar. Vamos botar todo mundo para jogar”

Paulo Affonso, coordenador de basquete do Vizinhança